domingo, 10 de janeiro de 2010

À noite...


Uma cidade grande
Uma noite colorida e chuvosa
Dois homens se apertam em uma esquina;
Não é briga, é paixão.
Buzinas a meia noite
Faz frio e as pessoas se aquecem umas com as outras.
Duas meninas se apertam em um canto escondido de um bar;
Não é briga,é paixão.
O asfalto brilha como as luzes da broadway
Gente alta,gente feia,gente bêbeda,gente pintada...
Dois cães rolam por uma calçada;
Não é briga,é paixão.
O homem caminha apressado
A moça caminha como nas nuvens
O vento corta,a chuva arrebata tudo
A treva é rainha
Eles se encontram,se encaram...
Assustados um com o outro,pensando tudo um do outro
Os olhos dela invadem os olhos dele e invadem todo o seu ser
Ele a despe lentamente...
Momento eterno
Não se tocam não se roçam.
A chuva aumenta, o vento aumenta, o frio aumenta
O corpo de um precisa urgentemente do corpo do outro
É instinto, entendem?
E eles se agarram, meu Deus, como se agarram!
Era um amor encabulado disfarçado de medo da chuva.
Na outra esquina os dois homens continuam a se amar, loucamente
No bar as duas moças, encobertas pela fumaça dos cigarros, se amam disfarçadamente
Na calçada os cães se amam
E a Noite segue sua sina de poetizar tudo isso.
Do outro lado da cidade
Onde não existem tantas luzes e a noite é excruciante
Um menino também ama...
Ele ama Betty Davis e suspira por ela.
No apartamento abaixo uma moça com ar tristonho
Assiste "juventude trasnviada".Em cena, james dean ;ela geme sob o edredom
Como se estivesse fazendo amor com ele.
A chuva cessa...
Na praça ainda com seus bustos e bancos molhados ,5 amigos,todos rapazes
Todos cavalheiros,declamam poesias,e lêem crônicas lindas de amor
E contraditoriamente suas canções são de escárnio...Não,não os julguemos.Eles são bonitos assim.
Uma mulher os observa e chora,porque tudo o que eles fazem ela pensa ser para ela.A dama
Trás sobre seu corpo e suas vestes as marcas de mais uma noite vexatória
O céu com seu colorido difuso anuncia que já raia um novo dia

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Coração bazar


Perdi o ritmo, perdi o tom certo do batom
Perdi o salto, o glamour e tudo mais
Perdi as caras e bocas, perdi as respostas prontas...
Perdi os palavrões dês deque ouvi você dizer
“Você não serve pra mim...”
Perdi a graça, o deboche
Fiquei estática da cabeça aos pés...
Olhei-te apavorada... Hoje, sozinha, me olho apavorada ao espelho
Caricatura triste, como convém a uma face lavada de pranto diário
Perdi o fôlego e nem gritar eu posso
Foi-se contigo o que em mim era tão essencial
Perdi os teus brilhos nos olhos
Tuas palavras tão meigas, tão charmosas...
Palavras tão falsas... Não importa, elas me fazem falta mesmo assim
Perdi as noites em claro e as manhãs vindouras.
Pense que mulher deprimente eu me tornei, meu bem
Mais um trago, mais uma dose, mais uma balada de fossa no radio... Solidão
O nosso futuro fruto que nunca veio...
“Você não serve para mim...”
Com um vestido de outra estação, cabelos ao vento
descalça, batom borrocado... Olheiras... Olhares de dó.
Persistir sem esperanças é escrever poesias.
Coração bazar!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Prece pela tolerância



"Não é mais aos homens que me dirijo. É à você, Deus de todos os seres, de todos os mundos e de todos os tempos: Que os erros agarrados à nossa natureza não sejam motivo de nossas calamidades.

Você não nos deu coração para nos odiarmos nem mãos para nos enforcarmos. Faça com que nos ajudemos mutuamente a suportar o fardo de uma vida penosa e passageira.

Que as pequenas diferenças entre as vestimentas que cobrem nossos corpos, entre nossos costumes ridículos, entre nossas leis imperfeitas e nossas opiniões insensatas não sejam sinais de ódio e perseguição.

Que aqueles que acedem velas em pleno dia para te celebrar, suportem os que se contentam com a luz do sol.

Que os que cobrem suas roupas com um manto branco para dizer que é preciso te amar, não detestem os que dizem a mesma coisa sob um manto negro.

Que aqueles que dominam uma pequena parte desse mundo, e que possuem algum dinheiro, desfrutem sem orgulho do que chamam poder e riqueza e que os outros não os vejam com inveja, mesmo porque você sabe que não há nessas vaidades nem o que invejar nem do que se orgulhar.

Que eles tenham horror à tirania exercida sobre as almas, como também execrem os que exploram a força do trabalho. Se os flagelos da guerra são inevitáveis, não nos violentemos em nome da paz.

Que possam todos os homens se lembrar que eles são irmãos! "

( Voltaire )



2010 chegou.Vamos mudar o mundo,mas precisamos começar pelas pessoas que vemos todos os dias no espelho...



FELIZ ANO NOVO