quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Love is...


A manhã é gélida e Marcello enfrenta o frio com seu fino uniforme, pois esqueceu seu casaco na sala de aula; Rafael não sai de mente, Marcello idolatra seu carisma, simpatia e beleza. Uma mão leve segura seu braço, Marcello fecha os olhos e reconhece a voz doce sussurrar seu nome. Era Rafael.

- Acho que este casaco te pertence.

Marcello olha fundo nos olhos de Rafael, ambos seguram o casaco como se este fosse um elo, o tempo parece parar, o vento sopra cortante, a rua está fazia... Marcello sorri levemente, mas seu corpo está imóvel e Rafael lentamente aproxima-se de seu corpo até unirem-se; Rafael segura firme na cintura de Marcello.

- Obrigado, realmente é meu este casaco... Eu nem percebi...

- E o frio?

- Gosto do frio.

As mãos de Rafael firmaram-se com mais vigor na cintura de Marcello e suas bocas inevitavelmente encaixaram-se. O beijo é seco, tímido e longo; parecem não se importar com a rua como se ela fosse uma amiga confiável, ali ficam por um minuto até Marcello virar seu rosto e ofegante olhar a ermo.



continua????

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nunca fui eu mesma...


Sábado. 02h55min da madrugada uma mulher de altura mediana e trajando uma luxuosa roupa anda pelas ruas da capital paulista cantarolando: “(...) O mundo é dos homens, mas não seria nada sem uma mulher (...)”. Encosta-se em um poste, joga seu cigarro no chão e o pisa.

Segundos depois ela continua caminhando até encontrar um bar; o lugar é de péssima qualidade e visivelmente mal freqüentado, mas ela entra assim mesmo. Sempre olhando para o chão ela caminha passos vacilantes até encontrar uma mesa vazia. Senta-se, apóia o rosto sobre as duas mãos. Ela observa atentamente a garçonete do lugar com suas roupas minúsculas roupas e o belo corpo sempre assediado; a moça vem em sua direção e ela e a mulher então devia o olhar.

-A senhora vai querer alguma coisa?

A mulher nada respondeu.

-Senhora? Deseja alguma coisa?-insistia a garçonete mascando seus chicletes de menta-

-Um ‘Blood Mary’... Por favor. -disse com voz macia, mas vacilante.

Minutos depois a jovem volta toda rebolativa com o drink.

-Mais alguma coisa?

-Não... -diz com som quase imperceptível-

-Ok

-Moça?Por favor, sente-se aqui, eu preciso falar com você...

A garçonete com olhar espantado balança a cabeça em como quem nada estava entendendo.

-Ahmmm... Não posso, estou no meu horário de serviço...

-Você é uma mãe descontente e uma mulher dominada!-voz firme dessa vez-

A garçonete dá uma risada e olha para os lados procurando uma testemunha.

-A senhora está bem?

-Não... Eu não estou nada bem e para que você não fique como eu estou hoje é que eu tenho que te falar sobre a minha... Vida.

A garçonete estala os dedos e a mulher com um sinal a convida para sentar à sua frente. Mordendo os lábios a moça aceita o convite.

-Olha, seja muito breve... Eu não posso perder esse emprego. Por favor.

-Você tem muitos sonhos mocinha; sonha com coisas que nunca fará... Pelo menos não do jeito certo.

-Por favor, a senhora está bêbada...

-Eu vejo tanto de mim em seus olhos. Ah, moça eu estive em muitos lugares como este aqui e sonhava em ganhar o mundo. Minha beleza foi meu trunfo pra conquistar tudo e. Conquistei tudo que uma bela jovem ambiciosa quer: Fortuna, paixões... Passei boa parte da minha vida de joelhos.

A garçonete arregala os olhos verdes.

-Eu estive nos braços dos homens mais poderosos e vi algumas coisas que uma mulher nunca deveria ver. Eu sempre fui maior que eu mesma e tinha a necessidade de ser livre

A mulher bebe seu drink

-Eu estive em muitos lugares do mundo, conheci castelos, mares...

-E hoje chora?

-Eu choro pelo verdadeiro amor que abri mão e. Eu choro pelas minhas crianças não nascidas. Entreguei-me a uma prostituição que muito difícil de se libertar;todos me adoravam,mas todos mentiam sobre mim.Eu vivia no paraíso,mas nunca fui eu mesma.

-Mas a senhora experimentou o doce da vida!!

-E jamais pensei que ficaria amarga por causa disso. Eu quis tudo e hoje me resta apenas o fim que os meus caminhos tortuosos desenharam.

A garçonete segura as mãos da mulher e olha bem fundo em seus olhos

-Quem é você?

A mulher se levanta, joga uma duas notas gordas sobre a mesa, toma seu último gole.

-Eu sou uma mulher linda, loira, rica, bêbada e solitária.

-Mas a aonde a senhora vai... Eu não entendi nada!

-Apenas entenda que o paraíso não existe, é uma ilusão sobre as pessoas como nós gostaríamos que fossem... Adeus moça.


Texto baseado na canção “I’ve never been to me”

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O direito de morrer


Mas uma vez a polêmica eutanásia está nas primeiras páginas de jornal, capas de revistas e destaques nos telejornais com o caso da italiana Eluana que viveu por 17 anos em estado vegetativo. Seu pai lutou por mais de uma década pelo direito de sua filha morrer. E consegui.

A questão é muito contraditória, é complicado ter uma opinião não vacilante sobre este caso sobre tudo no que diz respeito à forma como eutanásia é aplicada: Na maioria dos casos o paciente tem uma morte lente e consideravelmente “sádica” uma vez que não recebe mais alimentos e nem água até que seu organismo não agüenta mais. Para muitos além de cruel a eutanásia é uma forma de brincar de Deus, mas manter a pessoa viva de forma pura e simplesmente artificial com ajuda de aparelhos também não é uma forma de praticar essa “brincadeira”?E se o paciente for ateu?

Sou a favor da Eutanásia bem como do pleno poder que temos sobre nossa vida. Não faz sentido manter uma pessoa em estado vegetativo (VEGETATIVO).

O que me incomoda realmente é todo esse alvoroço ‘moral’ que o assunto impõe. O que afinal a igreja tem a haver com isso? E eu você também caro leitor!Cada um sabe o peso da cruz que carrega e até quando pode suportar!

No campo da religião é ainda mais absurda qualquer tentativa de proibir a Eutanásia; Como já disse anteriormente cada pessoa tem o direito de ser ateu, por exemplo.

Mais importante do que a questão de ser certa ou errada a eutanásia, o que fica pendente é o poder que eu e você temos sobre nossas vidas. Claro que Eluana não teve a chance de decidir o que fazer, mas devemos lembrar que ela tinha uma semi existência (ESTADO VEGETATIVO).Eu não quero isso pra mim,sinceramente eu não queria isso pra mim:Viver como um vegetal.

E você?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Toda Bêbada canta

No fundo no fundo todos nós adoramos uma fossa!Existe alguma coisa de elegante ‘Chique-deprê’

nessas sentimentalidades. Os ingredientes são fatais: Uma dor, uma música e uma bebida; é assim que toda bêbada canta o que sentimos o queremos ouvir e precisamos esquecer!

Acredito ser impossível ter sentimentos e não gostar dessas ‘porras loucas’.

Cabe a elas falar ao mundo de nós, os mal amados e malditos de paixões. Essas verdadeiras entidades ultrapassam os tempos, suas dores estão presentes e são imortais. Acredito que por isso mesmo depois de tanto tempo Maysa despertou em nós uma paixão avassaladora por sua loura, sua “sede de infinito” (e reparem bem: paixão despertada principalmente nos jovens).

E não existe coisa mais democrática:

Temos a dor do rock (rock de raiz) de Janis Joplin;fina flor que nos deixou aos 27 anos de idade bêbada e cumprindo com afinco ‘sua missão’.

Dor do pop de Whitney Houston. Gays pelo mundo enxergam em suas letras suas feridas expostas.

O blues de Billie Holliday.

Rita Lee e seu rock-tupiniquim.

Britney: pop computadorizado levantando a moral de “crazys”.

Clementina e Jovelina representam o samba.

Cássia Eller: rock regado a blues e álcool.

Amy Winehouse: infortúnios amorosos, muita dor, letras ácidas e melosas.

Cada uma em seu estilo, mas todas com uma só sina.

Felizmente algumas sobrevivem(como Rita Lee por exemplo) e mesmo não estando mais bêbadas ainda cantam o que gostamos de ouvir!

É absurdamente triste ver essas estrelas auto destrutivas....Destruidas,mortas...


"(...)Todos acham que eu falo demais E que eu ando bebendo demais Que essa vida agitada Não serve pra nada Andar por aí Bar em bar, bar em bar Dizem até que ando rindo demais E que eu conto anedotas demais Que eu não largo o cigarro E dirijo o meu carro Correndo, chegando, no mesmo lugar(...)"