Essa é mais uma história... Mais uma história que merece ser contada. Merece é preciso ser contada. Não, essa não é a história de uma estrela do rock, de um político saracoteador, de líder religioso ou de mártir ideológico. Apenas um rosto na multidão. E quem se importa? E QUEM SE IMPORTA? Isso não importa... A história não trata de atitudes e sonhos ultra-fabulosos, mas não são menos importantes, afinal são os meus sonhos e as minhas atitudes. Meu nome é... Meu nome é... ClóvisQueriam-me de mão única
Casado e com filhos.
Queriam-me previsível e tributável
Com cabresto e feliz.
Queriam-me conformado;
Queriam muito de mim...
Às faces graves e respeitáveis eu assentia
Era preciso falsear...
Não existe brejeirice sem o ser sonso
É beijar as mãos do padre e depois a boca da noviça.
Vejam meus amigos, eu existia simples
Eu era sem enfeites;
Mas o que existia ali era o monstro
A obra-prima se fez sozinha depois
Burlei as regras, aos desejos alheios
Sonharam por mim e acordaram num pesadelo dantesco...
Alias dantesca era minh’alma. REVOLUÇÃO
Beijei tantas bocas e tantos tipos de gente
E de tantos modos
Circulei por tantos gêneros...
Pintei-me de tantas formas. CAMALEÃO
Tantos amores eu prometi... Só deus sabe como eu menti
Sim, fui falso muitas vezes...
Tive tantas noivas, circulei com tantos rapazes.
Quantas voltas eu prometi; não cumpri nenhuma.
Pertenci a muitos lugares;
Tive tantos pileques, mas com tanta elegância como faz um rapaz de paris...
Contra tristeza perenal bailem um pouco; bailei tanto...
Umas emoções atoa foram ruindo toda essa estrutura
Ai a gente volta pro nosso canto,pra nossa existência simples
Só que nada resta, nem os rostos graves que tanto esperavam de mim
Nem mesmo os lugares. Nada me fazia reconhecer aqui
Sento choro e escrevo umas poesias orgulhosas.