quinta-feira, 18 de março de 2010
Sob o acaso
Sim, está fazendo um frio danado
E eu estou com uma felicidade de criança-boba-sagazmente
Não é que eu tenho reparado nas gentes que passam na rua como se fosse a primeira vez?
E pela primeira vez eu me sinto tão livre nessa selva de pedra
Não, não estou grave! Por Deus que não estou grave, JURO!
Estou me sentindo simples
Estou me sentindo tão homem
Estou me sentindo tão bem
E tudo isso por um sopro gelado de um vento perdido no fim do dia.
domingo, 7 de março de 2010
Leia-me com urgência,por favor!
Te amo de todos os modos possíveis;te amo com muita urgência,com muito ódio e rancor.
Te amo brutalmente.Te amar me fere a alma e me escarneci a mente
Te amo agora e te amava antes e vou continuar a te amar.
Te amo feito monstro e feito anjo ,e quando me pergunto de qual maneira amo-te melhor caio em desespero e o desespero me leva à angustia,porque a resposta é opaca e pouco palpável.
Me aconteceu agora um negócio qualquer,troço sei lá que fez correr até aqui e escrever.Preciso te escrever,meu amor;preciso porque essa é maneira mais honesta de estar em contato com você,porque você me tem estado tão longe mesmo quando te sinto respirar sobre mim.
Alias você é Um estranho dentro de mim,não respeitando minhas fronteiras,destruindo minhas cercas e tomando posse de todo o meu território.Como um destemido e por vezes cruel desbravador,amor.
Amor,te amo com pavor e com dor e com álcool e com poesia e com gritos e com medos e com cigarros e com fossa.
Estou ouvindo uma música tão triste e relendo uma poesia linda que você fez pra mim.Sim,ainda sobrou a poesia...As flores,o vinho e aquela noite findaram,mas o papel e poesia ainda resistem e o fazem feito nós dois:no limite.Eu sou o papel e você é a poesia.
Perceba: o papel tem sua existe simples até que escrevem sobre ele a poesia e dai o papel existe feliz e complexo.Mas apagam a poesia dele e fica apenas as sombras das palavras e ele pode ser rasgado enfim,mas a mesma poesia existe em outros papéis e muito mais do que isso,a poesia não precisa de papel algum para existir.A poesia é livre...Que constatação horrível,meu Deus!
Termino está escrita por aqui,é melhor para me sentir ainda em pleno desespero.Existe tanta verdade encubada dentro e transbordando pelas pontas dos meus dedos,mas são todas tão cruas...
Comecei escrevendo com entusiasmo, juro!Mas termino me se sentindo deprimente
Sim, é melhor eu terminar o texto aqui...
segunda-feira, 1 de março de 2010
Clóvis vaidoso
Essa é mais uma história... Mais uma história que merece ser contada. Merece é preciso ser contada. Não, essa não é a história de uma estrela do rock, de um político saracoteador, de líder religioso ou de mártir ideológico. Apenas um rosto na multidão. E quem se importa? E QUEM SE IMPORTA? Isso não importa... A história não trata de atitudes e sonhos ultra-fabulosos, mas não são menos importantes, afinal são os meus sonhos e as minhas atitudes. Meu nome é... Meu nome é... Clóvis
Queriam-me de mão única
Casado e com filhos.
Queriam-me previsível e tributável
Com cabresto e feliz.
Queriam-me conformado;
Queriam muito de mim...
Às faces graves e respeitáveis eu assentia
Era preciso falsear...
Não existe brejeirice sem o ser sonso
É beijar as mãos do padre e depois a boca da noviça.
Vejam meus amigos, eu existia simples
Eu era sem enfeites;
Mas o que existia ali era o monstro
A obra-prima se fez sozinha depois
Burlei as regras, aos desejos alheios
Sonharam por mim e acordaram num pesadelo dantesco...
Alias dantesca era minh’alma. REVOLUÇÃO
Beijei tantas bocas e tantos tipos de gente
E de tantos modos
Circulei por tantos gêneros...
Pintei-me de tantas formas. CAMALEÃO
Tantos amores eu prometi... Só deus sabe como eu menti
Sim, fui falso muitas vezes...
Tive tantas noivas, circulei com tantos rapazes.
Quantas voltas eu prometi; não cumpri nenhuma.
Pertenci a muitos lugares;
Tive tantos pileques, mas com tanta elegância como faz um rapaz de paris...
Contra tristeza perenal bailem um pouco; bailei tanto...
Umas emoções atoa foram ruindo toda essa estrutura
Ai a gente volta pro nosso canto,pra nossa existência simples
Só que nada resta, nem os rostos graves que tanto esperavam de mim
Nem mesmo os lugares. Nada me fazia reconhecer aqui
Sento choro e escrevo umas poesias orgulhosas.
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