segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Objeto não identificado


Não sei escrever crônicas, poesias, redação, ou seja, lá que outro tipo de texto exista!Escrevo emoções que sinto ou fantasio; escrevo porque gosto e preciso imensamente. Escrevo sem regras, sem formas e sem métricas, porque escrevo em regime de urgência!E as palavras do meu limitado vocabulário têm sido minhas melhores amigas e as únicas que tem estado presentes comigo sempre, sempre. Ah, não posso esquecer as canções e a voz, da minha abelha rainha, Maria Bethânia. Quando me vem essa louca necessidade de escrever, tem que ser na hora, porque as emoções me saem como um vomito impossível de segurar e é fácil de se encontrar pelo lugar onde vivo, textos jogados em todos os cantos,tenho escrito até nas paredes;despejo sobre o papel tudo ,e nem sempre faz sentido o que eu escrevo e nem sempre é bonito e quase nunca as pessoas entendem.Alias não tenho escrito muito para os outros,tenho escrito muito sobre mim e para mim...E tenho me sentido sufocado por mim mesmo!A solidão é uma espécie de céu onde se pena. Não é que eu esteja me sentindo solitário, eu realmente estou solitário e não necessariamente infeliz, mas triste constantemente.Mas apesar disso eu gosto de estar na rua,de ver a vida,alheia,acontecer e sigo mudo e esquivo como um objeto não indetificado. Deprimente,certo?
Minha solidão e minha tristeza são honestas, não são como as desse tipo de gente que acredita existir uma espécie de status nisso tudo e também escreve sobre “anjos caídos’,’anjos da noite’,lágrimas de sangue’ e toda a baboseira que essa gente vestida de preto sabe escrever,mas pior do a tristeza desonesta é alegria desonesta,mas sobre isso não estou com vontade de escrever,não agora.
Dia desses eu reli um texto meu que achei jogado sob o sofá,minha nossa! Quanto peso eu despejei sobre o papel; eu falava das saudades que tenho dos meus amigos, todos agora que não vejo mais e não sei se existe o que chamam de ‘clima’ para que possamos nos reencontrar. A medida que fui me tornando uma pessoa ainda mais profunda,com muito lirismo e pedantismo,fui também perdendo pessoas.Não sei explicar bem como tudo aconteceu,mas a verdade é que estou a semanas sem ouvir meu telefone tocar,minha campainha soar e ouvir meu nome.Não sei explicar como tudo aconteceu,mas briguei sutilmente com quase todos e os que não briguei também não fiz muita questão de manter contato e hoje não faz mais sentido: “Olá,sou eu,aquele seu amigo que te virou cara,lembra?Pois bem,agora eu quero conversar com você!”.Não pensem que estou me lamentando,não estou e devo dizer que nunca soube conviver bem com as pessoas e com as emoções e com fazer caras e bocas.Nunca tolerei e nunca fui muito tolerado,mas agradeço eternamente por elas comprarem minhas obras,o que me permite viver como um ermitão!
Tenho deixado muitos textos inacabados, não tenho suportado o que tenho escrito, porque vêm sempre os mesmo temas; só sei falar de amores que não deram certo( os meus amores ), paixão, solidão, morte... Cansei!Quero escrever sobre o dia amanhecendo, sobre as crianças que vejo brincar na rua, sobre os casais de namorados sempre impertinentes... Quero escrever alegrias, felicidades, mas quero fazê-lo, porque caso não faço vou enlouquecer na totalidade.

Acho que vou escrever piadas...

11 comentários:

  1. queridão ... tenho para mim que escrever é isto ... colocar nosso SER para fora ... os reais e verdadeiros sentimentos ... não devemos estancar esta hemorragia que explode e se traduz em letras e palavras ... adoro sua maneira de expressar o seu EU ...

    parabéns, mais uma postagem forte e verdadeira

    bjux

    ;-)

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  2. Ah... quem me dera poder deixar de lamentar! Mas nem mesmo esse comentário conseguiu fugir da minha/nossa característica inerente. Acho que a personalidade do algo a ser contado é muito afetada e a felicidade é muito sem graça... a emoção está no conflito!

    Adoro os textos e o tom que dá a eles! inclusive este lamento das lamentações! Bateu o record!

    Um abraço, e mais uma vez um bom texto!
    BRAVO!

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  3. Oi meu bem!
    Olha eu aqui.
    Seu blog tá bonito toda vida heim!
    Bjs.

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  4. sou horrível em redações também...

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  5. É só não parar de escrever. Toda palavra diz algo, seja como for ou estiver.

    Continuemos, John...

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  6. É a vida Rômulo! Os amigos vão e vem. Nossa tristeza vai e vem assim como nossos momentos bons.
    O mais interessante ou triste, não sei, é que isso não acontece só em uma determinada fase da vida, acontece sempre e com todos. A diferença é que uns conseguem se expressar e colocar pra fora, outros não, seguem sem entender o que acontece com ele próprio. Não sei se é melhor a ignorância ou o conhecimento, mas ainda prefiro o conhecimento, o entendimento.
    Abraço

    Muito bom seu texto.

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  7. Meu querido, vou começar meu comentário fazendo uma colinha sua

    "Não sei escrever crônicas, poesias, redação, ou seja, lá que outro tipo de texto exista!Escrevo emoções que sinto ou fantasio; escrevo porque gosto .."


    EU TAMBÉM NÃO!!! Como voce, escrevo o que sinto, as minhas verdades , outras fantasias. Tudo, sem nenhuma intenção ou pretensão literária ou desejo de ser algo parecido no ramo da literatura. Mas sem dúvida é uma ótima terapia, quando também conseguimos fazer um elo saudável de amigos virtuais. Aqui, não difere do mundo real. Muitas palavras bonitas, mas ESCRITAS, somente. E temos um traço em comum bem interessante: voce desde a primeira vez que foi no meu blog, foi com grande energia, que me passou mais ânimo para continuar com o Desnuda. Ânimo! Empolgação! Embora triste, você passa coisas boas ao próximo. Isto é muito bom. Muitas vezes não estou bem, fisica ou emocionalmente. Mas procuro transmitir entusiasmo para quem precisa muito mais do que eu, e esta atitude me beneficia tremendamente, melhorando sensivelmente o meu estado de espírito. Se estou triste e vejo alguém feliz..Fico também!!!

    Mas se voce tem necessidade de por para fora sentimentos mais pesados e densos que você não gosta porque não? Voce escreve com tanta sinceridade! Minha filha mais nova escreve tão lindo! Mas deixou de escrever porque diz não se reconhecer nos seus poemas, densos, pesados, filosóficos, complexos... Mas tem a música como companheira. Enfim, o que quero dizer é que o que escrevemos é tudo muito subjetivo e cada um tem impulsos diferentes. Já ouviu falar que muitos palhaços, comediantes são tristes? É por aí... O importante é que escreva, se lhe faz bem. Mas com certeza voce faz muito bem as pessoas as quais comenta. Obrigada.

    Carinhoso beijo.

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  8. Valeu pela visita e comentário, John! Também estarei sempre por aqui ;)

    Grande Abraço.

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  9. John!

    Se um Rio já é bom, imagine três! É extraordinário!!!

    O seu blog é muito legal! Parabéns! Visual bacana, texto gostoso de ler!

    Sobre as alegrias e tristezas, temos que vivê-las com honestidade! Dá uma preguiça essa gente que vive dando piruetas querendo provar que é feliz, mas que, no fundo, utiliza isso como uma nuvem de fumaça para encobrir a realidade. Todos nós somos felizes e tristes, depende da hora, né!? KKKKKKK!

    Tô esperando, então, as piadas!

    Um abração e até mais!

    Pedro Antônio
    A TORRE MÁGICA

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  10. Também escrevo muito sobre mim e para mim. E sinto meus textos cada vez mais repetitivos, mesmo qdo as pessoas dizem q não...
    Esse tipo de solidão, feita de papéis só entende quem deixa transparecer nas palavras o que se passar no coração.
    Foi o que senti lendo teu texto.

    até.

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